Autoritarismo momentâneo, por favor!

06-11-2013 18:46

 

 Depois de uma gravidez psicológica de Paulo Portas, o seu guião para a Reforma do Estado, que finalmente saiu, deixou-me algo nostálgico admito.
Nostálgico dos meus tempos de infância, dos trabalhos feitos à pressa no dia anterior, das estratégias de desespero para conseguir entregar algo decente à professora. A única diferença era que, na altura, raramente me safava. Ao contrário de outros.
O guião apresentado pelo Vice-Primeiro-Ministro não é apenas um documento..infantil (ia dizer pese a redundância, mas voltei atrás), de generalidades adolescentes, mas sim uma reforma ideológica (não no bom sentido) e radical,de - muito basicamente - entrega ao mercado de funções cruciais (Educação, Saúde, etc) do Estado.
Eu, como estudante, não posso deixar de mencionar o sector da Educação como exemplo: reforços de contratos de associação com escolas particulares, criação do chamado cheque-ensino, a criação de "escolas independentes", tudo isso não passa apenas de tentar entregar a educação ao mercado e financiando negócios privados através de.. fundos públicos.
Podemos passar ainda pelas propostas fiscais, mas para mim bastou uma preve passagem. Não sou especialista no assunto, mas basta ouvir as palavras que ele evoca, dizendo que quer tudo fazer para deixar de penalizar o trabalho e as famílias, e depois constata-se o apoio à subida do IRS e do IVA, e à descida do IRC. Chafurdices.
O problema, neste caso - e por favor entendam o contexto - é que vivemos numa democracia.
E neste chamado Estado Novo, onde as opiniões são não-opiniões e os factos são não-factos,
haverá e realmente há quem concorde com esta agenda política. E volto à nostalgia,
porque dava tudo para que houvesse uma Sra. Professora, no seu mais alto estatuto possível,
dar dois tabefes a Portas e um castigo para não voltar a fazer trabalhos à pressa.