Destaques da Semana de 03/14 (1)
NACIONAL:
Juan Quintero (Futebol Clube do Porto):
Admito que estava quase para colocar Steven Defour, devido à sua metamorfose desde a entrada de Luís Castro no FCP, ou seja, à nova mentalidade tática da equipa. E até pode vir a ser mais importante na solidez da equipa, mas não poderia não destacar Quintero. Não pela qualidade que tem exibido em campo até agora, mas exactamente do que pode vir a mostrar. Não só pela parte anímica, onde parecia não sentir confiança de Paulo Fonseca (finalmente começa a entrar antes dos 70m e a ser elemento útil na partida), mas também pela parte posicional, onde num FCPorto que produz mais intensidade nas transições, num FCPorto que quer derivar mais o seu jogo pelo corredor central e não somente pelas alas, o seu futebol assenta e já diz “olá” aos adversários.
Falta-lhe, para vir a ser um jogador de top no futuro (tecnicamente o exigido está lá), saber virar as costas à baliza e fechar o seu corredor (seja no centro ou na ala), e, com bola, entender melhor os seus espaços (onde receber) e como os encontrar contra equipas mais recuadas. Tudo isto deverá consegui-lo gradualmente. Jogando.
INTERNACIONAL:
Xavi Hernández (Fútbol Club Barcelona):
Um caso diferente desta vez. Como é óbvio trata-se de um talento, de uma qualidade já reconhecida globalmente, um dos melhores médios do Mundo independentemente da idade.
No entanto, o último ano e meio não lhe tem sido carinhoso, em termos de títulos (Liga dos Campeões), lesões, e nesta corrente época, foi muito prejudicado com as mudanças do estilo de jogo da equipa catalã. Sem a bola no chão, sem o “toca-e-passa” habitual, o espanhol perde todas as suas virtudes (simplesmente não as pode usar), e se não fosse a cultura posicional/inteligência, tornar-se-ia quase um jogador banal.
Este fim-de-semana, um pouco à imagem dos embates frente a Man. City, o Barcelona encostou-se mais às suas origens futebolísticas, ficou mais confortável e Xavi voltou a respirar no “Clássico” de Espanha. A relação ideológica clube-jogador é tão similar, tão correspondente, que quando o tiki-taka surge, Xavi lidera e passa a ser, por larga margem, o médio mais completo em campo.
Nem fez um jogo monstruoso no Bernabéu, mas “jogou”, no sentido mais puro da palavra. O romantismo agradece. E o Barcelona também.